Alimentos complementares são quaisquer alimentos que não são o leite materno, oferecidos para a criança amamentada. Também chamada de introdução alimentar, a alimentação complementar são as refeições preparadas especialmente para o bebê que servem de complemento ao leite materno e auxiliam no desenvolvimento da criança.

Quer saber mais sobre alimentação complementar e quando iniciá-la? Confira a seguir todas as informações que preparamos para você sobre alimentação complementar!

O que é alimentação complementar?

Desde que o bebê nasce ele é acostumado a mamar, seja o leite materno ou a fórmula infantil. Esse tipo de alimentação é muito importante para o bebê, pois ele ainda não sabe mastigar e nem mesmo está preparado para receber alimentos sólidos.

Porém, a medida que a criança vai crescendo ela precisa se desenvolver, aprender a mastigar e obter nutrientes diretamente dos alimentos. É nesse momento que se inicia a alimentação complementar, que tem como objetivo complementar o aleitamento sem substituí-lo. Essa fase tem como característica a adaptação da criança em relação ao paladar e mastigação. Ou seja, é a preparação inicial para que a criança comece a fazer refeições em família.

Quando iniciar a alimentação complementar?

Até os seis meses de idade o ideal é oferecer ao bebê somente o leite materno. Nada de água, chás, suquinhos ou outros alimentos, pois eles diminuem a quantidade de leite a ser ingerido e são bem menos nutritivos.

O leite materno possui todos os nutrientes necessários para o bebê e, embora, às vezes, tenhamos vontade de dar outros alimentos, antes dessa idade a criança ainda não está preparada para ingeri-los, o que pode causar maior propensão ao surgimento de processos alérgicos, menor proteção contra infecções e até desnutrição.

Sendo assim, é recomendado que a alimentação complementar seja iniciada após a criança completar os seis meses de vida. Essa recomendação leva em consideração fatores importantes sobre o desenvolvimento do bebê, tais como:

  • Aos seis meses o bebê já consegue sustentar a cabeça.
  • Quase todos os bebês já se sentam sem apoio aos seis meses.
  • Nessa idade os bebês levam objetos em direção à boca.
  • Há menos reflexo de protrusão da língua (colocar a língua para fora).
  • Tem mais interesse pela comida.
  • Consegue fazer movimentos de mastigação, mesmo sem os dentes.
  • É capaz de produzir enzimas responsáveis pela digestão de vários alimentos.

Ou seja, esse é o momento ideal para que a criança comece a alimentação complementar!

Como iniciar a alimentação complementar?

Iniciar a alimentação complementar com suquinho de laranja lima aos quatro meses de idade? Essa orientação ficou no passado!

A alimentação complementar deve oferecer energia de acordo com as necessidades da criança. Os nutrientes em proporção adequada devem ser preparados de forma higiênica e respeitando a cultura local. Para atingir essas recomendações, alimentos como cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e hortaliças devem ser introduzidos de forma lenta e gradual, sempre complementando com o leite materno ou fórmula láctea (na impossibilidade da amamentação).

A alimentação adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para o correto crescimento e desenvolvimento infantil, influenciando na saúde do indivíduo por toda a vida. Por isso, é importante tomar todos os cuidados ao iniciar a alimentação complementar. Veja a seguir o guia que preparamos sobre alimentação complementar!

Quais alimentos oferecer?

É indicado iniciar a alimentação complementar oferecendo alimentos fáceis de serem digeridos com textura de papinha. Isso porque no início a criança não sabe mastigar, então os alimentos oferecidos precisam ter textura fácil de ser ingerida.

O ideal é que a alimentação complementar tenha como base um cardápio variado e saudável. Um cardápio saudável inclui alimentos minimamente processados, alimentos in natura, muitos vegetais e frutas. Veja a seguir quais alimentos oferecer:

  • Alimentos in natura: são aqueles que não passaram por nenhum processo como as frutas amassadas.
  • Alimentos minimamente processados: são aqueles que passaram por poucos processos de preparação, como legumes cozidos no vapor.
  • Vegetais: aposte na variedade de vegetais que existem, incluindo hortaliças, legumes e tubérculos cozidos e amassados com o garfo.
  • Frutas: principalmente in natura, as frutas podem ser oferecidas inteiras em alguns casos (banana) ou amassadas com o garfo.
  • Carne e ovos: inclua proteínas nas refeições, tais como frango, peixes, carne bovina, carne suína, ovos, vísceras (fígado), entre outras.
  • Grãos: alimentos como grão de bico, ervilha seca, feijão e lentilha são ótimas opções para papinhas saudáveis e nutritivas.
  • Água: ao iniciar a alimentação complementar, é importante hidratar o bebê com água.

Quais alimentos evitar?

Assim como há alimentos recomendados, é importante ter o cuidado de evitar certos alimentos. De acordo com o Ministério da Saúde e vários órgãos de pediatria, é recomendado evitar temperos em excesso, sal, açúcar e gordura nas preparações. Além disso, a alimentação infantil não deve ter alimentos processados ou ultraprocessados (industriais que passaram por muitos processos) e embutidos. Veja a seguir o que evitar:

  • Tempero em excesso: evite pimenta, temperos com sabor muito forte e temperos industrializados. Prefira ervas naturais, alho e cebola moderadamente.
  • Sal em excesso: o ideal é não utilizar sal nas preparações, pois os alimentos já contêm naturalmente a quantidade de cloreto de sódio necessária para o bebê.
  • Açúcar: não é recomendado adicionar açúcar ou qualquer outro tipo de adoçante natural ou artificial às preparações. Além de predispor a criança a diversas doenças, o açúcar é viciante e faz com que o bebê perca o interesse por outros alimentos. As bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos, mesmo os naturais, devem ser evitados.
  • Gordura em excesso: alimentos naturais ricos em gordura podem ser dados moderadamente, como o abacate. Já a gordura relacionada a alimentos fritos ou processados deve ser evitada. Inclusive, não é recomendado dar alimentos fritos ao bebê.
  • Alimentos industrializados: processados e ultraprocessados devem ser evitados por toda a família, inclusive na alimentação do bebê. Embutidos também se encaixam nessa categoria, e devem ser evitados a todo momento.

Dicas para alimentação complementar

Sabemos que esse momento é um grande desafio, por isso, listamos algumas dicas para te ajudar nessa fase!

  • Crie um cardápio para o bebê com todas as refeições.
  • Dê preferência para alimentos orgânicos e da época.
  • Não desista se o bebê rejeitar algum alimento.
  • Envolva a família nessa nova fase.
  • Dê o exemplo de alimentação saudável.
  • Não faça brincadeiras na hora das refeições, é importante manter a concentração na alimentação.