A fome é um instinto de todo ser humano, mas a forma como nos relacionamos com os alimentos não. O comportamento alimentar é aprendido ao longo da vida e depende de vários fatores, como sociais, motivacionais, ambientais e familiares, além das condições de desenvolvimento únicas de cada pessoa.
A partir dos 6 meses, o bebê que só recebia leite materno começa a sua introdução alimentar. A partir dos 12 meses, o leite materno continua presente, mas cada vez mais os alimentos sólidos fazem parte do seu dia a dia.
Mas é a partir dos 2 anos que a criança passa a se expressar mais em relação a suas escolhas. Nessa fase, há um decréscimo das necessidades nutricionais, que geralmente vem acompanhado da diminuição do apetite. É aí que as queixas relacionadas à alimentação começam.
Confira, então, 10 dicas que podem ser úteis para ampliar o repertório alimentar dos pequenos.
- Se o comportamento alimentar é aprendido e a família é o grande exemplo, reveja as escolhas alimentares de cada pessoa da casa para que todos sejam boas referências.
- É importante comer junto com a criança. Fazer refeições em família é um hábito que tende a aumentar a exposição a frutas, legumes e verduras, além de favorecer uma relação amigável com a comida.
- Mesmo que a criança recuse diversos alimentos, vale continuar oferecendo uma dieta variada, sem forçar, ameaçar ou associar o ato de comer a qualquer aspecto negativo
- Evite negociar ou premiar. Envolva a criança em alguma etapa do processo, da seleção dos alimentos ao preparo. Assim ela se sente estimulada e guardará boas memórias.
- Exercite a persistência, a paciência e a criatividade modificando as formas de preparo, a apresentação dos pratos e as combinações dos ingredientes.
- Para despertar o interesse da criança, planeje um menu que tenha pelo menos um alimento que ela goste, além dos outros três ou quatro necessários para uma refeição saudável e rica em nutrientes.
- Deixe os pequenos palpitarem no planejamento do cardápio e na lista de compras, escolhendo os alimentos que gostariam de experimentar. Compartilhar ideias faz com que eles se sintam parte do processo.
- A manutenção de uma rotina bem estabelecida favorece a percepção dos sinais de fome e saciedade. Se houver beliscos nos intervalos das refeições, o apetite pode ser prejudicado na refeição seguinte.
- É interessante avaliar, junto com o pediatra ou com o nutricionista, como está a adequação da dieta de uma maneira geral. Algumas crianças maiorzinhas que mantêm uma alimentação essencialmente láctea terão grande parte do consumo de energia e de nutrientes proveniente do leite e, com isso, a comida sólida perde espaço.
- Em qualquer circunstância, evite telas na hora da refeição. Ao ligar um dispositivo eletrônico, a distração acaba sendo um artifício para comer mais, mas não soluciona o problema — ao contrário, tende a intensificá-lo.
Por fim, lembre-se: é fundamental acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança. Se as refeições se tornarem momentos de tensão, seja por recusa alimentar ou por seletividade, cabe a avaliação de um profissional de saúde.