Anemia na infância: Tipos, como prevenir e tratar a doença
É bem mais comum do que se imagina o diagnóstico de anemia em crianças ainda na primeira infância. Isto porque, o ferro é um mineral muito requisitado nessa fase da vida, que é marcada por intensos processos de desenvolvimento. Sendo assim, é fundamental que os pais entendam um pouco mais sobre anemia na infância para que possam prevenir a doença.
Pensando nisso, falaremos a seguir sobre os tipos de anemia, como prevenir cada um deles e como é feito o tratamento de anemia na infância. Confira!
Por que anemia na infância é tão comum?
Nesta fase a curva de crescimento da criança ascende de forma bem acelerada, principalmente em relação ao peso. Isso ocorre especialmente nos primeiros anos de vida, o que gera uma grande necessidade nutricional para o desenvolvimento.
Se a criança não possui os nutrientes necessários, incluindo uma grande reserva de ferro, ela pode desenvolver anemia. Por isso é tão importante oferecer uma alimentação equilibrada e saudável para as crianças.
Tipos de anemia na infância
Basicamente, a anemia é a deficiência de hemácias, hemoglobina e glóbulos vermelhos no sangue. Quando não há a quantidade necessária desses elementos ou eles não estão saudáveis, a anemia começa a dar seus primeiros sinais físicos que são: fraqueza, abatimento, fadiga, falta de ar, palidez, batimento cardíaco acelerado, tontura ou vertigem.
Essa deficiência que leva ao diagnóstico de anemia pode ser causada por diversos motivos. Por isso, há uma grande variedade de anemias e cada uma delas apresenta suas causas, sintomas e tratamentos. A seguir falaremos sobre 5 tipos mais comum de anemia na infância.
1. Anemia ferropriva
Esse é o tipo mais comum de anemia, principalmente na infância. A sua causa está na baixa concentração de ferro nas hemoglobinas. Quase sempre essa deficiência ocorre pelo baixo consumo de alimentos que contêm ferro, como ovos, vegetais de coloração verde escura, leguminosas e carne vermelha.
Neste tipo de anemia, é indicado a reposição de ferro sob orientação médica. Além disso, é recomendado que a criança coma alimentos ricos em ferro, tais como: ovo, carne vermelha, peixe, leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha), beterraba, gergelim e vegetais de coloração verde escura (espinafre, couve, acelga, agrião, coentro).
2. Anemia megaloblástica
A anemia do tipo megaloblástica é causada pela deficiência de ácido fólico ou de vitamina B12. Esse tipo de anemia também é causada principalmente pela baixa ingestão de alimentos ricos nessas duas substâncias, como leite e seus derivados, carnes, ovos, leguminosas, vegetais verde escuros, entre outros.
Neste tipo de anemia, é indicado a reposição nutricional das substâncias e uma reeducação nutricional incluindo alimentos ricos em ácido fólico e vitamina B12 para sanar a deficiência.
3. Anemia perniciosa
Esta pode ser considerada um subtipo da anemia megaloblástica, pois ela também está relacionada a carência da vitamina B12. Só que nesse caso a falha ocorre na absorção da vitamina. Essa falha na absorção pode ser causada por condição autoimune ou ainda por enfraquecimento do revestimento estomacal.
Caso não diagnosticada e tratada rapidamente, a anemia perniciosa pode levar a problemas de desenvolvimento cardíaco e cognitivo. Diferente dos outros tipos de anemia, essa modalidade precisa de medicamento prescrito por médico para aumentar a absorção da vitamina.
4. Anemia hemolítica
Dentro do grupo de anemia hemolítica há ainda 4 variações da doença, sendo que a variação mais comum é a causada por esferocitose hereditária. Essa é uma doença genética que é transmitida dos pais para o filho. Nesta doença, as hemácias possuem um tempo de vida menor que 120 dias, tamanho menor e formato arredondado.
Isso faz com que as células sejam absorvidas rapidamente pelo baço, que é um dos órgãos de grande importância para o sistema imunológico. Neste caso, o médico indicará diversos exames para confirmar o diagnóstico, sendo que o tratamento é totalmente clínico.
5. Anemia falciforme
Este tipo de anemia também é do tipo hereditária. Ela tem como característica glóbulos vermelhos em formato de foice, por isso o nome falciforme. Por ter esse formato diferente, as células do sangue acabam se rompendo facilmente, o que causa a deficiência de glóbulos vermelhos saudáveis.
Geralmente, os sintomas surgem a partir dos seis meses de vida, sendo que os sinais mais comuns são dores nas articulações e ossos. Além disso, outras doenças podem potencializar a anemia, como desidratação, pneumonias, infecções e meningites.
Esta doença é diagnosticada através do teste do pezinho e de outros exames. Quando diagnosticada, a criança deve ser acompanhada por pediatras, nutricionistas, enfermeiros e dentistas.
Prevenção de anemia na infância
A anemia por deficiência de ferro pode levar a diversas complicações de desenvolvimento como ganho de peso, redução da capacidade cognitiva e imunológica, além de influenciar bastante na perda de apetite da criança e por consequência na ingestão alimentar. Considerando que essa é a anemia mais comum nas crianças, é preciso redobrar a atenção para evitá-la.
Se o seu filho já foi diagnosticado com anemia, então o primeiro passo é a suplementação individualizada de ferro (com orientação médica ou de nutricionista) até que se atinja níveis seguros e depois a oferta de uma dieta rica em alimentos fontes de ferro para manutenção destes níveis dentro do adequado.
Para prevenção deste quadro, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), junto a SBP e MS, iniciar a suplementação de sulfato ferroso logo que a criança completa 6 meses de vida, já que é a partir daí que ela se torna mais vulnerável devido ao esgotamento das reservas provenientes da gestação e da baixa ingestão pela dieta.
E claro, que quando se fala em prevenção e manutenção, podemos e devemos usar e abusar dos alimentos.
Dicas para aumentar a absorção de ferro
Não basta comer alimentos ricos em ferro, é preciso ter alguns cuidados com a alimentação para que a absorção seja eficiente. Veja a seguir duas dicas importantes sobre absorção de ferro:
- Ofereça alimentos fontes de vitamina C: alimentos como acerola, caju, laranja, goiaba, kiwi e limão, devem ser oferecidos perto ou junto das principais refeições, pois eles auxiliam na absorção do ferro.
- Evite oferecer leite e derivados perto das refeições: tanto o leite materno quanto a fórmula infantil devem ser evitados em horários próximos às refeições principais, pois o cálcio atrapalha a absorção do ferro.