Considerada a alergia alimentar mais comum no mundo inteiro, há estudos que mostram que a APLV atinge 5% das crianças até 3 anos. Mesmo sendo bastante comum, muitas pessoas desconhecem os sintomas e a causa dessa alergia alimentar. Por isso, falaremos nesse post todos os detalhes da APLV. Confira!

O que é APLV?

A sigla APLV significa “Alergia à Proteína do Leite de Vaca”. Nesta alergia, o sistema imunológico reage em relação à proteína presente no leite de vaca e em seus derivados. Essa reação resulta na formação de células inflamatórias, podendo em alguns casos, aumentar a produção de anticorpos específicos com o intuito de combater a proteína do leite. Todo esse processo é chamado de alergia alimentar.

Essa alergia é mais comum em crianças, considerando que ela é descoberta quase sempre na infância. Todavia, há casos raros de pessoas que descobriram a APLV na vida adulta. Entre as crianças de até 3 anos, 5% delas apresentam a APLV. Sendo que o fator genético é o que mais contribui para aumento do risco de desenvolver a alergia.

Segundo médicos especialistas no assunto, crianças que possuem pais alérgicos à proteína do leite são mais propensas a ter o mesmo problema. A exposição precoce à essas proteínas podem também contribuir para o aumento do risco da APLV. Esse último caso ocorre principalmente quando o bebê precisa tomar fórmula, mas seu sistema imune ainda não está bem desenvolvido. Dessa forma, o organismo do bebê acaba entendendo que a proteína do leite é algo nocivo e desencadeia a reação alérgica.

Quais são os sintomas da Alergia à Proteína do Leite de Vaca?

Quase todos os sintomas da APLV estão relacionados ao sistema digestivo, sendo alguns deles: vômito, falta de apetite, diarreia e fezes com sangue. A alergia pode também desencadear outros sintomas, tais como: urticária, coceira, dermatite atópica, inchaço, chiado no peito, tosse e até mesmo pneumonia.

Em casos mais graves, a criança pode apresentar inchaço de laringe, podendo causar asfixia, e até mesmo choque anafilático. Ambos os sintomas estão associados a uma queda muito grande da pressão arterial, o que faz com que o coração receba pouco sangue. Tudo isso pode ser desencadeado pela APLV.

Como a APLV é diagnosticada?

O diagnóstico de APLV nem sempre é fácil. Isso porque os sintomas são característicos de diversas doenças, o que pode levar a uma confusão de exames, doenças e tratamentos. É comum que a criança passe por diversas consultas, exames e até mesmo médicos para receber o diagnóstico correto.

Há ainda um exame de laboratório que consegue identificar através de uma amostra de sangue se há anticorpos específicos produzidos por causa da proteína do leite. Caso a alergia alimentar seja identificada tanto na análise clínica e no exame laboratorial, é indicado a suspensão da ingestão de leite de vaca e seus derivados.

A alergia à proteína do leite pode ser curada?

Até o momento não há nenhuma cura para a APLV, nem mesmo medicamentos que minimizem ou tratem a alergia alimentar. O mais indicado, quando há confirmação da alergia, é seguir uma dieta específica sem leite de vaca e seus derivados.

Essa doença quase sempre desaparece quando a criança atinge os 5 anos. Isso porque nesta idade o sistema imunológico já está apto a lidar corretamente com a proteína do leite sem considerá-la como um agente nocivo para a saúde.

Há também algumas técnicas que visam dessensibilizar o organismo da criança para que ele possa aprender a lidar com a proteína do leite. Essas técnicas são realizadas em algumas situações sempre com orientação médica.

Diferença entre APLV e intolerância à lactose

Ambos os problemas são causados pelo leite, porém, cada um deles possui suas características. A alergia, por exemplo, ocorre devida a uma alteração imunológica à proteína do leite. Já no caso da intolerância à lactose, o organismo não possui grandes quantidades de lactase, que é a enzima responsável por digerir corretamente a lactose presente no leite.

Os sintomas dessas duas doenças são bastante diferentes também. Quem possui intolerância à lactose apresenta sintomas gastrointestinais como dor abdominal, gases e distensão da barriga. Já a APLV desperta sintomas gastrointestinais, problemas de pele e respiratórios.

Também é importante lembrar que a APLV tende a desaparecer aos 5 anos. Por outro lado, a intolerância à lactose não desaparece. Sem cura ou tratamento específico, a intolerância à lactose é tratada com dieta específica livre de produtos que contêm lactose.

Quais são os cuidados ao amamentar bebês com APLV?

Algumas crianças são diagnosticadas com APLV ainda na amamentação. Nesse caso, o primeiro contato do bebê com a proteína do leite de vaca ocorre através do leite materno. Se o diagnóstico é confirmado nessas condições, a mãe precisa adaptar a própria alimentação para não causar problemas ao bebê.

Basicamente, a mãe precisa suspender o consumo de leite de vaca e seus derivados. Com essa medida não há nenhum risco para o bebê, desde que ele também não consuma esses alimentos.

A APLV pode desencadear outras doenças?

É comum uma doença desencadear outros problemas no organismo, isso também acontece com a APLV. Por ser uma resposta do sistema imunológico, a alergia pode sim gerar outros problemas de saúde, tais como: asma, rinite, dermatite atópica, urticária, entre outras enfermidades relacionadas aos sintomas da própria APLV.

Mas isso só acontece quando a alergia alimentar não é tratada corretamente, ou seja, não há acompanhamento médico e a criança consome frequentemente alimentos com leite de vaca.

Quais são os cuidados com a dieta?

Além de não oferecer leite e seus derivados para as crianças com APLV, é importante tomar muito cuidado com os produtos comprados nos supermercados. Produtos como biscoitos, pães, massas, achocolatados, chocolates em barra e muitos outros, podem conter leite de vaca em sua formulação. Mesmo que em poucas quantidades, algumas crianças não conseguem lidar com a proteína, o que pode resultar em reações graves.

Por isso, é importante que a dieta seja totalmente livre de leite de vaca. Sendo assim, é indispensável olhar o rótulo dos alimentos e avaliar a lista de ingredientes ao fazer as compras.