Não existem frases mais angustiantes do que essa, e acredito que quase 100% das mães passarão por essa experiência no primeiro ano de vida do bebê. Mas, é preciso ter muita calma nesse momento. Se você também está passando esse sufoco e se identifica com a frase “meu filho não come“, leia este artigo até o final e descubra quais são as possíveis, causas, o que fazer e várias dicas para seu filho comer de tudo.

Meu filho não come! O que pode ser a causa?

Primeiramente, é importante avaliar se a falta de apetite da criança é orgânica (dentes nascendo, gripe, febre, etc.) ou comportamental. Há diferenças importantes entre esses dois tipos de falta de apetite, então é fundamental entender porquê seu filho não come.

Falta de apetite orgânica

Quando a criança está doente, é normal a falta de apetite. Nesses momentos, é importante estimular a criança a se alimentar, oferecendo seus alimentos favoritos (dentre os saudáveis), respeitando sempre sua aceitação. Algumas dicas para essas situações:

  • Dentes nascendo: ofereça as refeições principais em temperatura ambiente e as frutas mais geladas. Modifique a textura dos alimentos para consistência mais pastosa.
  • Gripe e febre: ofereça muita água para auxiliar na hidratação. Aumente a oferta de alimentos ricos em vitamina C e com propriedades anti-inflamatórias tais como: maçã, mamão, laranja-lima, goiaba, abacate, abóbora, brócolis, agrião, inhame e peixe.
  • Diarreia: ofereça muita água para auxiliar na hidratação. Diminua a oferta de alimentos laxantes e aumente a oferta de alimentos constipantes.

Falta de apetite comportamental

Em muitos casos, as crianças deixam de comer para chamar a atenção ou para conseguir alguma coisa. Por isso, quando a falta de apetite é comportamental, a atenção nas estratégias para fazer a criança comer é fundamental.

Os pais devem considerar sempre que toda falta de apetite deve ser investigada. Se for ocasionalmente, não há problema algum. Porém, se a criança se nega a comer frequentemente, é necessário avaliar o que está desmotivando a alimentação.

Quando devo me preocupar?

Embora a maioria das causas para a falta de apetite sejam facilmente contornadas com algumas estratégias, é importante considerar que algumas situações exigem maior preocupação. Então, fique atento aos sinais que seu filho demonstra e avalie o momento certo para levá-lo ao médico.

Se o seu filho não come e demonstra outros sintomas relacionados a alimentação, é importante consultar um médico. Somente o pediatra poderá oferecer um diagnóstico completo, sendo que em alguns casos é necessário consultar até mesmo nutricionista e psicólogo.

O assunto pode se tornar preocupante devido à quantidade de distúrbios alimentares que existem na infância. Falaremos mais sobre eles a seguir:

Distúrbios alimentares na infância

  • Alimentação restritiva ou seletiva: é um tipo de distúrbio onde a criança seleciona apenas os alimentos que quer comer e na quantidade que deseja. Isso pode ser motivado por medo de engasgamento, por episódio de vômito ou por alguma experiência ruim com sabor, textura ou cor do alimento.
  • Processamento sensorial: é um tipo de distúrbio em que a criança não responde adequadamente aos estímulos sensoriais, podendo apresentar hipersensibilidade oral ou hiposensibilidade. Isso dificulta a alimentação e torna a experiência alimentar muito mais problemática.

Dicas para seu filho comer de tudo

Quando os pais tentam de tudo, eles chegam a uma situação onde só conseguem pensar: “meu filho não come, não sei mais o que fazer”. Porém, é importante que eles sigam um passo a passo completo para que a alimentação comece a dar certo.

O primeiro deles é tentar identificar a causa, a frequência com que a criança rejeita a comida, quais alimentos ela não tem interesse e se existe algum trauma por causa de engasgamento, vômito, dor ou sabor desagradável.

Se a criança apresentar sintomas como perda de peso, falta de apetite, medo de comer, prisão de ventre, mal-estar estomacal, dor abdominal, entre outros, é importante consultar um médico.

Porém, se você observar que seu filho não come e não apresenta sintomas que podem indicar algum problema, você pode tentar estimular a alimentação através das seguintes práticas:

  • Tenha paciência (muita paciência).
  • Siga uma rotina alimentar, mesmo nos fins de semana.
  • Alimente a criança em local apropriado. Nunca ofereça os alimentos para a criança em frente à televisão ou outros equipamentos eletrônicos. Também é importante manter uma rotina quando for sair de casa.
  • Faça do momento da alimentação um momento feliz e descontraído, mas sem fazer muita bagunça a ponto de tirar a atenção da criança em relação à comida.
  • Atenção à consistência das papinhas: comece com consistência pastosa e evolua gradativamente até ficar em pedacinhos. Não bata no liquidificador nem passe na peneira. O mais importante é que a criança faça a transição gradativamente.
  • Respeite o limite da criança. Não há necessidade de forçar quando se percebe que a criança não quer mais comer. Ela precisa aprender o limite de saciedade. Após os 6 meses, a capacidade gástrica da criança é de 20 g a 30 g (1 colher de sopa rasa) por Kg de peso do bebê. Mais do que isso não cabe.
  • Varie ao máximo as preparações. Quanto mais variada é a alimentação, há mais chances de aceitação da comida.
  • Estimule a criança a pegar os alimentos com a mão. Comer sozinho pode ajudar seu filho a se alimentar adequadamente.
  • Práticas de coerção (castigos) e gratificação (prêmios) são desaconselhadas. Nunca force a criança a comer, estimule-a. A alimentação não pode em momento algum ser motivo de castigo ou recompensa.
  • Não substitua as refeições por lanches ou leite e não ofereça alimentos industrializados como tentativa de suprir as refeições.
  • Se o seu filho não come bem com você, peça para outra pessoa oferecer a refeição. Pode ser que ele consiga comer melhor com outra pessoa.
  • Faça refeições em família. Quando a criança observa outras pessoas comendo, isso pode estimular o apetite. Afinal, as crianças são muito observadoras.
  • Alimente o seu filho de forma amorosa. Assim como a amamentação nutre o corpo e a alma, a alimentação complementar também deve cumprir esse papel.
  • Não desista nunca! Por mais difícil que seja, no final será recompensador.